O governador Renato Casagrande (PSB) disse que tem como “tarefa principal”, para o debate eleitoral de 2026, organizar sua sucessão ao governo do Estado, juntando em uma só candidatura todo o grupo que o acompanha.
Hoje, na base aliada de Casagrande, pelo menos três nomes disputam com mais afinco a benção do Palácio Anchieta para a corrida eleitoral: o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), o deputado federal Josias da Vitória (PP) e o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido).
O que a gente está querendo é juntar todo mundo. A gente tem, pelo menos, o Ricardo, o Da Vitória – que é coordenador da bancada –, tem o prefeito de Vila Velha. Essas pessoas têm desejo de candidatura também, mas (queremos) juntar em torno de uma candidatura única. Minha tarefa principal é essa: é organizar a sucessão”, disse o governador à revista Exame, numa entrevista em São Paulo, transmitida ao vivo na tarde desta sexta-feira (13).
Nos últimos dias, aumentaram as movimentações, principalmente entre os três nomes, a respeito do debate eleitoral que o próprio governador itiu, na entrevista, estar muito antecipado.
Ricardo tem rodado o Estado e recebido apoio de prefeitos. Alguns, inclusive, têm organizado eventos políticos com lideranças da região no intuito de fortalecer o nome do vice-governador. Na última segunda-feira (09), sob convocação do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), mais de 6 mil pessoas lotaram uma casa de shows num evento em que Ricardo foi apresentado como o próximo governador.
Já numa reunião no Palácio Anchieta, Da Vitória colocou seu nome no jogo, pedindo a preferência por conta do peso que terá a federação União Progressista – que futuramente irá presidir – na aliança. Ele quer disputar a majoritária: a segunda vaga ao Senado, numa dobradinha com Casagrande, ou a vaga ao governo, caso Ricardo não se viabilize.
Do lado de lá da Terceira Ponte, Arnaldinho também se movimenta. Publicou um artigo em que dá o pontapé inicial em sua própria corrida eleitoral, que consiste em viabilizar o próprio nome para além dos limites de Vila Velha e encontrar um partido que banque sua candidatura. O prefeito teria, em mãos, pesquisas que colocariam seu nome como competitivo.
Caminhos abertos
Na entrevista, Casagrande disse que tem dois caminhos a seguir e que os dois estão abertos. Mas que, se deixar o Governo do Estado para ser candidato ao Senado, Ricardo Ferraço se torna o candidato preferencial e natural.
“O debate está muito antecipado. Eu tenho duas opções: ou fico no governo ou saio para ser candidato ao Senado (…) Os dois caminhos estão abertos (…) Se eu saio para ser candidato ao Senado, Ricardo vira o governador. Então, ele vira um candidato preferencial, natural, porque se ele assumir o Governo pode ir à reeleição. Isso interessa também a outras lideranças, porque ele ficará só quatro anos”, disse Casagrande, apontando para qual deverá ser o principal argumento para juntar o grupo – aqui, no caso, em torno do nome de Ricardo.
Em conversas anteriores com a coluna, interlocutores do Governo do Estado disseram que esse deve ser o diálogo com os aliados que querem concorrer: o de apoiar agora Ricardo Ferraço porque ele, se reeleito, ficará apenas quatro anos à frente do Palácio Anchieta – já que se assumir a cadeira em abril do ano que vem, soma como um mandato.
Isso antecipa o debate e diminui a fila dos que sonham em comandar o Palácio Anchieta. Por ora, o argumento não tem surtido muito efeito prático, principalmente com relação ao prefeito Arnaldinho.
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