Inflação, Friedman e Hayek Inflação, Friedman e Hayek Inflação, Friedman e Hayek Inflação, Friedman e Hayek
Inflação, Friedman e Hayek

A inflação é um fenômeno caracterizado pelo aumento generalizado e contínuo dos preços de produtos, serviços e ativos. Este fenômeno tem sido objeto de estudo e debate entre economistas ao longo dos séculos: dois dos maiores economistas liberais do século XX, Milton Friedman e Friedrich August von Hayek, apresentaram perspectivas distintas sobre suas causas, consequências e soluções.

Milton Friedman, laureado com o Prêmio Nobel de Economia em 1976, é frequentemente associado à famosa frase “A inflação é sempre e em todo lugar um fenômeno monetário”1. Para o economista, a principal causa da inflação é o crescimento excessivo da oferta monetária em relação à produção de bens e serviços da economia. Desse modo, para combater a inflação, seria essencial controlar o crescimento da oferta de dinheiro em circulação, o que seria uma responsabilidade direta de autoridades monetárias.

Um exemplo prático da aplicação do pensamento de Friedman pode ser observado na implementação do Plano Real no Brasil, em 1994. A estabilização da moeda, obtida por meio de um rigoroso controle da oferta monetária, corroborou a tese de Friedman de que a contenção na política monetária é fundamental para controlar o processo inflacionário.

A Perspectiva de Hayek sobre a Inflação

Por outro lado, Hayek, também ganhador do Prêmio Nobel de Economia, no ano de 1974, concentrava sua análise da inflação em aspectos estruturais e na importância da informação dispersa na economia de mercado. O autor criticava a intervenção governamental na economia, sob o argumento de que ações intervencionistas poderiam levar a distorções nos preços e na alocação de recursos, o que, por sua vez, originaria ciclos econômicos e inflação.

Para Hayek, a solução para o fenômeno da inflação reside na limitação do poder discricionário dos governos e bancos centrais, promovendo a livre concorrência e o uso do conhecimento disperso na sociedade fornecido por um livre mercado e sistema de preços2. A Nova Zelândia, nas décadas de 1980 e 1990, ou por um amplo processo de reformas econômicas que incluiu a adoção de medidas non âmbito econômico, reduzindo a intervenção do Estado na economia. Tais medidas contribuíram para a redução da inflação e a criação de um ambiente mais propício ao crescimento econômico naquele país.

Convergências e Divergências entre Friedman e Hayek

Friedman e Hayek concordam que a inflação é prejudicial ao desenvolvimento econômico, e, talvez, as abordagens trazidas pelos autores para enfrentá-la não divirjam tanto assim. Enquanto Friedman enfatiza que o controle disciplinado da oferta monetária pode controlar o processo inflacionário, Hayek destaca que não precisaríamos depender da disciplina de burocratas se a gestão monetária não fosse centralizada.

1 Friedman, M. A Monetary History of the United States, 1867-1960. Princeton University Press.

2 HAYEK, F. A. O Caminho da Servidão. São Paulo: LVM, 2010.

André Paris

Palestrante, Consultor em Governança e Inteligência Artificial, Privacidade de Dados e Compliance. Entusiasta da busca por um ambiente de negócios mais ético e transparente.

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