Cotidiano

Fotos incríveis! Conheça as belezas do Corredor de Biodiversidade de Aracruz

A visita técnica ao Corredor de Biodiversidade de Aracruz revela sua biodiversidade única e a conexão entre cultura local e preservação ambiental

Leitura: 16 Minutos
Fotos incríveis! Conheça as belezas do Corredor de Biodiversidade de Aracruz Fotos incríveis! Conheça as belezas do Corredor de Biodiversidade de Aracruz Fotos incríveis! Conheça as belezas do Corredor de Biodiversidade de Aracruz Fotos incríveis! Conheça as belezas do Corredor de Biodiversidade de Aracruz

Descobrir o Corredor de Biodiversidade de Aracruz foi como abrir um livro cheio de histórias escritas pela Mata Atlântica, pelos manguezais, praias e por quem vive nessa terra. Pessoas e animais!

A foto mostra a Saíra-beija-flor, uma das aves símbolo do município de Aracruz, com suas cores vibrantes, capturada em um momento de sua presença na natureza local
A Saíra-beija-flor, um dos símbolos de Aracruz, destaca-se pela sua beleza e cores vibrantes. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
 Foto do manguezal do Rio Piraquê-Açu, destacando a vegetação densa e a importância ecológica da área para o ecossistema local
O manguezal do Rio Piraquê-Açu, um ecossistema crucial para a biodiversidade e economia do Espírito Santo. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

Durante cinco dias intensos, eu e a equipe do Instituto Últimos Refúgios fizemos uma visita técnica, em parceria com a Prefeitura de Aracruz, para conhecermos as lindas paisagens, biodiversidade e cultura de Aracruz-ES, desde praias banhadas pelo Atlântico, com importantes Unidades de Conservação, até aldeias indígenas que guardam tradições de tempos ados. 

A equipe do Instituto Últimos Refúgios realiza visita técnica em Aracruz para documentar a biodiversidade local. | Fotos: Leonardo Merçon e Raphael Gaspar/Instituto Últimos Refúgios

O projeto “Corredor de Biodiversidade de Aracruz” tem o objetivo de valorizar e fomentar atividades culturais e econômicas sustentáveis no Município, baseado nos conceitos da Economia Verde e da Economia Azul. Incluindo a observação da natureza e a ciência cidadã.

Conexão com a natureza e com as pessoas

Localizado no litoral norte do Espírito Santo, o município de Aracruz é guardião de uma impressionante diversidade de ambientes, que vão desde a Mata Atlântica a manguezais e praias com suas restingas e costões rochosos. 

Foto do manguezal no costão rochoso da Praia da Biologia, mostrando a vegetação característica deste ecossistema único
O manguezal no costão rochoso da Praia da Biologia revela a beleza e a importância ecológica dessa área costeira. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
  Foto de uma área verde no SESC-Aracruz, mostrando um ambiente natural e de lazer no município
 A área verde no SESC-Aracruz oferece um espaço de lazer e convivência com a natureza. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
A imagem mostra a caminhada noturna guiada por Gabriel Ruschi, na Praia da Biologia, com os participantes observando a fauna local
 A caminhada noturna guiada por Gabriel Ruschi permite a observação de fauna noturna na Praia da Biologia. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
Foto da foz do Rio Piraquê-Açu, onde o rio encontra o mar, mostrando a paisagem costeira de Aracruz
A foz do Rio Piraquê-Açu, um ponto de encontro entre o rio e o mar, revela a beleza natural de Aracruz. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

O Corredor de Biodiversidade de Aracruz é um mosaico natural, onde espécies da fauna e flora encontram abrigo e as comunidades locais mantêm vivas suas tradições.

Foto de um macaco-prego, uma espécie típica da fauna local de Aracruz, retratada em seu habitat natural
O macaco-prego, uma das espécies emblemáticas da fauna de Aracruz, é fotografado em seu habitat natural. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
Foto do gavião-pernilongo, uma ave predadora capturada em Aracruz, destacando sua imponência e agilidade
O gavião-pernilongo, uma ave predadora, é registrado em Aracruz, mostrando sua agilidade e imponência. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
Foto de uma cigarrinha, inseto encontrado durante a trilha no Parque Municipal de Aracruz, em meio à vegetação local
A cigarrinha, inseto típico de Aracruz, é fotografada durante a trilha no Parque Municipal. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
Mergulhão-pequeno flutuando no lago do Parque Municipal do Aricanga, cercado por vegetação
O mergulhão-pequeno, ave aquática, nada tranquilamente no Parque Municipal do Aricanga. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
Bando de cambada-de-chaves em meio à vegetação do SESC-Aracruz
Grupo de cambada-de-chaves repousa nas árvores do SESC-Aracruz, contribuindo para o ecossistema local. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
 Quati-de-cauda-anelada em meio à vegetação do SESC-Aracruz.
Quati-de-cauda-anelada se movimenta entre as árvores do SESC-Aracruz, demonstrando sua agilidade. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
Corais coloridos aderidos ao costão rochoso em Aracruz
A diversidade de corais no costão rochoso de Aracruz revela a riqueza da vida marinha. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
O aratu-vermelho se desloca entre as raízes do manguezal, simbolizando a resiliência desse ecossistema. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
 O aratu-vermelho se desloca entre as raízes do manguezal, simbolizando a resiliência desse ecossistema. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

Foco em áreas prioritárias

Durante uma visita técnica de cinco dias, foram mapeados pontos prioritários que compõem esse corredor. Para otimizar o pouco tempo que estivemos na região (ao menos nesse primeiro momento), foi necessário selecionar áreas que nos dariam “recortes” de conhecimento sobre a região.

Unidades de conservação como o Parque Natural Municipal do Aricanga Waldemar Devens e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal Piraquê-Açu e Piraquê-Mirim, bem como um dos costões rochosos mais ricos em biodiversidade que já vi, em especial o em frente a Estação Biológica Augusto Ruschi e a Praia da Biologia, no contexto da APA Costa das Algas, REVIS de Santa Cruz, demonstram o grande potencial desses remanescentes de Mata Atlântica, manguezais e áreas costeiras. 

Vista panorâmica da Praia da Biologia, com vegetação nativa ao fundo
A Praia da Biologia preserva sua vegetação natural e é um refúgio para a biodiversidade costeira. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
O Parque Municipal do Aricanga destaca-se como um importante refúgio para a biodiversidade da região. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

Aldeias indígenas e herança cultural

Aracruz também se destaca por abrigar comunidades Guarani e Tupiniquim, cujas relações com recursos naturais simbolizam a busca de um equilibrio entre cultura e meio ambiente. 

 Cacique Jonas e sua esposa, Rosi, da Aldeia Indígena Três Palmeiras, em Aracruz-ES, sorrindo em meio à natureza local
Cacique Jonas e sua esposa, Rosi, da Aldeia Indígena Três Palmeiras, em Aracruz, representam a conexão com as tradições indígenas da região. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

O rio Piraquê-Açu, por exemplo, é um elo que conecta comunidades e fortalece os laços com a história local.

Jequiás tradicionais, embarcações utilizadas para pesca no Rio Piraquê-Açu, flutuando nas águas calmas
Os jequiás tradicionais são embarcações utilizadas pela população local para pesca no Rio Piraquê-Açu. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

Além disso, as aldeias se mostram espaços de turismo de base comunitária, oferecendo roteiros culturais que valorizam o modo de vida indígena, a conexão com a natureza e fortalecem a identidade dos povos originários.

Mar, estuário e manguezal

Do azul do mar misturando-se às águas calmas dos rios no estuário, Aracruz surpreende com ambientes costeiros que abrigam tartarugas marinhas, peixes diversos e até crustáceos ameaçados de extinção, como o goiamum. 

Águia-pescadora voando sobre o Rio Piraquê-Açu, com suas garras preparadas para capturar o peixe
A águia-pescadora é vista sobrevoando o Rio Piraquê-Açu, demonstrando sua habilidade na caça. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
 Goiamum, espécie ameaçada de extinção, sendo fotografado no manguezal de Aracruz
O goiamum, uma espécie ameaçada de extinção, é encontrado no manguezal de Aracruz. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
 Polvo camuflado nas poças de maré do costão rochoso, durante a maré seca
O polvo é visto nas poças de maré do costão rochoso, explorando o ambiente durante a maré seca. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
Caranguejo-hermitão caminhando pela praia, carregando sua concha
O caranguejo-hermitão percorre a praia, adaptando-se ao seu ambiente com sua concha. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
 Camarão-palhaço em um recife de corais no litoral de Aracruz
 O camarão-palhaço é registrado em seu habitat no recife de corais do litoral de Aracruz. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
Filhote de donzelinha nadando nas poças de maré do costão rochoso
O filhote de donzelinha é fotografado nas poças de maré, explorando o ambiente costeiro. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

O surgimento de filhotes de tartaruga-cabeçuda ao longo das praias, que inclusive nos presentearam com um incomum nascimento durante o dia, e em meio a dezenas de turistas empolgados, demonstra a importância de áreas protegidas, garantindo que as futuras gerações possam conhecer esse espetáculo natural.

Nascimento de tartarugas-cabeçudas no ninho, na Praia Formosa de Aracruz
O nascimento de tartarugas-cabeçudas ocorre na Praia Formosa, em Aracruz, destacando a importância da preservação das áreas costeiras. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

Em contrapartida, o cenário do manguezal morto no Piraquê-açú-mirim lembra que a ação humana e eventos climáticos extremos podem desequilibrar o ambiente. 

Manguezal danificado por eventos climáticos extremos, com árvores caídas e solo saturado
O manguezal de Aracruz sofre os impactos de eventos climáticos extremos, como tempestades e enchentes. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

Recuperar essas áreas significa permitir a perpetuídade de espécies-chave e manter a funcionalidade de ecossistemas frágeis.

Um caminho para o futuro

As conversas com os locais e visitas à áreas naturais remanescentes, realizadas ao longo da visita técnica evidenciam o entusiasmo das comunidades, dos gestores públicos e dos especialistas na criação de materiais educativos e na promoção de iniciativas sustentáveis. 

A ideia para este projeto é produzir mais um dos livros fotográficos do Instituto Últimos Refúgios, bem como os produtos culturais que acompanhamo uma produção desse porte. Reportagens, ações de educação ambiental, ciência cidadã, produção audiovisual e eventos de engajamento que despertem o sentimento de orgulho pela região fazem parte da iniciativa.

Árvore gigante da Mata Atlântica, simbolizando resistência e preservação ambiental
A árvore gigante da Mata Atlântica é um símbolo de resistência e preservação ecológica. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

Valorizando as riquezas naturais de Aracruz e integrando a participação dos moradores, o Corredor de Biodiversidade pode tornar-se um modelo de conservação que prioriza não só o meio ambiente, mas também o desenvolvimento socioeconômico responsável. Por isso é preciso dar força para as iniciativas e pessoas que pretendem seguir nessa direção.

Aracruz: destino de diversidade em harmonia

Essa mescla de mar, praia, floresta, restinga, mangue e cultura transforma Aracruz em um destino capaz de surpreender aqueles que buscam contato autêntico com a natureza e a cultura brasileira. 

São praias eleitas entre as melhores do Brasil, rios pulsantes, aldeias indígenas e um povo acolhedor que carregam consigo as marcas de uma história longa, rica em manifestações folclóricas, artesanato e gastronomia.

Foz do Rio Piraquê-Açu, onde as águas doces se encontram com o mar, criando um cenário natural deslumbrante
A foz do Rio Piraquê-Açu é um ponto de encontro entre as águas doces do rio e o mar, formando um belo estuário. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

A visita técnica ao Corredor de Biodiversidade de Aracruz culminou em inúmeras fotografias que eternizam momentos, mas o maior legado é o alerta sobre a importância de ações responsáveis. 

Proteger esse corredor é garantia da continuidade de ciclos naturais, a preservação de culturas locais e a saúde de ecossistemas que sustentam a vida.

Este projeto é um esforço do Instituto Últimos Refúgios em parceria com a Prefeitura de Aracruz para valorizar o Corredor de Vida de ARACRUZ, no Espírito Santo – Brasil. A visita técnica contou com também com o apoio do SESC-Aracruz. 

A criação de material cultural tem o objetivo de valorizar e fomentar atividades culturais e econômicas sustentáveis no Município de Aracruz, baseados nos conceitos da Economia Verde e da Economia Azul. Inclusive a observação da natureza e a ciência cidadã.

Envie o link da matéria para seus amigos que vão curtir esta história. Sua interação é fundamental para manter viva a nossa chama pela conservação e mostrar ao mundo a importância de proteger nossa biodiversidade.

Espero que tenham gostado desta história. Te vejo na próxima aventura!

Leonardo Merçon

Fotógrafo de Natureza, Cinegrafista e Produtor Cultural

Fundador e diretor voluntário do Instituto Últimos Refúgios, OSC ambiental/cultural sem fins lucrativos, que atua desde 2011 na divulgação e sensibilização ambiental, estimulando o diálogo entre sociedade, organizações ambientais, instituições privadas e governamentais. Fotógrafo de natureza, documentarista desde 2004, Merçon é focado na proteção da natureza, com Mestrado em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento sustentável pela ESCAS/Instituto IPÊ. Também formado em Design Gráfico pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Estudou fotografia voltada para publicações na Academia de Mídias e Artes, na Alemanha. O colunista acredita e trabalha em atividades de sensibilização ambiental (em especial com crianças) e fomento do turismo relacionado à natureza. Leonardo Merçon também tem dezenas de livros impressos e documentários em vídeo publicados. Realiza trabalhos ajudando a contar histórias por meio de imagens em mídias nacionais e internacionais, como a BBC de Londres e National Geographic Brasil, dentre outras.

Fundador e diretor voluntário do Instituto Últimos Refúgios, OSC ambiental/cultural sem fins lucrativos, que atua desde 2011 na divulgação e sensibilização ambiental, estimulando o diálogo entre sociedade, organizações ambientais, instituições privadas e governamentais. Fotógrafo de natureza, documentarista desde 2004, Merçon é focado na proteção da natureza, com Mestrado em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento sustentável pela ESCAS/Instituto IPÊ. Também formado em Design Gráfico pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Estudou fotografia voltada para publicações na Academia de Mídias e Artes, na Alemanha. O colunista acredita e trabalha em atividades de sensibilização ambiental (em especial com crianças) e fomento do turismo relacionado à natureza. Leonardo Merçon também tem dezenas de livros impressos e documentários em vídeo publicados. Realiza trabalhos ajudando a contar histórias por meio de imagens em mídias nacionais e internacionais, como a BBC de Londres e National Geographic Brasil, dentre outras.